terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Projecto Experiment@RTE promove "Educação e Cidadania"

No final do mês de Janeiro, o Projecto Experiment@rte (Barreiro) iniciou uma nova actividade designada “Educação e Cidadania”, que tem como objectivos gerais organizar, com uma turma de 5.º ano da EB 2,3 Padre Abílio Mendes, algumas sessões temáticas estimulando os alunos a reflectirem sobre a relação entre direitos e deveres, além de trabalhar competências de negociação, cooperação e promover o sentido do grupo turma. Esta actividade surge, por um lado, como estratégia de aproximação técnicos-alunos e, por outro lado, como estratégia de trabalho com uma turma que apresenta algumas questões, identificadas pela Directora de Turma, ao nível das relações com os colegas e destes com o pessoal docente e não docente. Esta actividade consiste na colaboração da equipa técnica do projecto Experiment@rte, com a Directora de Turma, nas aulas de Formação Cívica. A metodologia adoptada pretende desenvolver um trabalho de saber ler e admirar (músicas, poemas, imagens); saber ouvir e escutar os outros (leituras, conversas, opiniões); ousar expressar-se (a expressão individual ou grupal pela palavra, pelo movimento corporal, pelas artes plásticas, pela escrita). Recorrendo a dinâmicas de grupo serão trabalhadas algumas temáticas, tais como: a Política, a Saúde, o Ambiente, o Terrorismo, a Informática, a Violência, O mundo antigamente (sugestões dadas pelos próprios alunos na primeira sessão desta actividade), tendo como perspectiva uma socialização sustentada na liberdade/autonomia e na responsabilidade pessoal e solidária na polis, entendida aqui enquanto cidade escolar. E se a participação activa dos alunos na “planificação” desta actividade é muito importante, também o é na sua avaliação, que será realizada periodicamente, quer pelos/com os alunos, quer pela/com a Directora de Turma. Ser uma pessoa importante é “Mau. Não gosto de ser importante, gosto de ser uma pessoa igual às outras.” (José 11 anos) (Excerto extraído do exercício de apresentação realizado na primeira sessão da actividade). Entendendo a escola enquanto espaço sócio-relacional e os professores enquanto profissionais de relação (Rui Canário, 1999), o conflito, a divergência de interesses, a diferença de valores, a negociação, a cooperação e os diferentes poderes são elementos estruturadores do quotidiano desta organização e, por isso, do processo de ensino-aprendizagem. Daí que pareça ser importante ter em conta o papel que joga a linguagem corporal na teia das interacções que acontecem na escola, na medida em que sendo o corpo a primeira carta das aparências, qualquer aprendizagem, formal ou informal, assim como o acto de participar se encarna num corpo que se expressa: o corpo move-se, age, rememoriza a luta de sua libertação, o corpo afinal deseja, aponta, anuncia, protesta, se curva, se ergue, desenha e refaz o mundo (Freire, 1995: 92).